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Responsáveis máximos do Livro e da Leitura na abertura do Festival Literário da Lourinhã

Responsáveis máximos do Livro e da Leitura na abertura do Festival Literário da Lourinhã

Teve início esta terça-feira, 14 de maio, a 8.ª edição do Festival Literário “Livros a Oeste”, na Lourinhã, com uma animada cerimónia de abertura onde houve música, poemas, contos e discursos oficiais sobre a literatura, a palavra e os livros. Os dois responsáveis máximos em Portugal pela Leitura, Bibliotecas e Livros elogiaram o município da Lourinhã por organizar há tantos anos um festival deste género.
O auditório da AMAL esteve repleta de público, constituído principalmente por alunos das escolas do concelho.

Com o tema “Palavras Que Nos Unem”, o festival literário volta a apresentar um programa repleto de atividade que têm os livros como ponto de partida.

O vereador José Tomé salientou o poder que a palavra tem: “há palavras que constroem, mas também há as que destroem”, explicando que este festival é dedicado “às palavras que nos unem” porque são essas que têm um impacto positivo na vida de cada um.

Segundo o autarca, o programa do festival foi desenhado a pensar num público abrangente, dos mais novos aos mais velhos. Tem espaço para a comunidade em geral, para o público escolar (com ações em várias escolas do concelho) e também para um público mais especializado (formação de professores, educadores e mediadores de leitura). Existe ainda a feira do livro, para quem os quer comprar, e a biblioteca municipal onde é possível consultar e ler várias obras.

“A leitura representa um grande passo para a aquisição do conhecimento, pois é através dela que se adquire um olhar muito próprio do mundo. Além disso, estimula o pensamento crítico, levando-nos a questionar e a avaliar a vida e o mundo sob todos os aspetos”, adiantou o vereador José Tomé.

Teresa Calçada. Comissária do Plano Nacional de Leitura 2020-2027, também quis sublinhar a importância da palavra para quem vive em sociedade. Principalmente, numa altura em que a presença na Internet se faz muito de palavras. “Nada acontece sem que escrevam ou leiam. É impossível ser analfabeto no mundo digital”, referiu.

A conetividade só existe porque há a palavra, nas suas várias dimensões. “É importante que se compreenda que há diferentes níveis de linguagem e este festival liga essas várias dimensões”, continuou. “Ela é necessária para que se compreenda o que se passa no mundo e quem não compreende isso, está diminuído na sua condição de cidadão”.

Teresa Calçada anunciou que nesse dia tinha sido assinado com a Câmara Municipal da Lourinhã um acordo de colaboração com o Plano Nacional de Leitura 2020-2027.

Enquanto programador do festival desde a sua génese, João Morales, deu também a boas-vindas a todos, mostrando a sua satisfação pela forma como a Lourinhã tem promovido estes encontros de volta dos livros e das leituras. O programador e jornalista, comentou a importância do livro como ferramenta de liberdade. “Com as nossas leituras podemos defender aquilo que escolhemos e seguir os caminhos que queremos”, disse, lembrando as grandes histórias que são intemporais e que têm leituras diferentes em cada época. “As ideias e conceitos bases são sempre os mesmos e são muitas vezes a chave para que quando um de nós encontre o seu caminho, ajudando também os outros a o fazer”, concluiu.

A importância dos festivais literários

José Manuel Cortês, director-geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB), aproveitou a ocasião para fazer uma reflexão sobre a importância dos festivais literários para a promoção do livro e da leitura em Portugal, onde têm proliferado, nos últimos anos, este tipo de eventos.

“Estes festivais têm sido fruto da iniciativa local”, salientou, adiantando que estes encontros têm um papel muito importante na captação de públicos para a leitura e tornaram-se peças decisivas na dinamização cultural do país e para a revitalização da atividade literária.

Para além disso, os festivais literários têm contribuído também para que os autores tomem contato com os seus públicos. “São momentos privilegiados de proximidade, através das obras, entre autores e leitores, revelando-se como um importante estímulo à criatividade e continuidade do seu trabalho”, afirmou.

Para a DLGB, os investimentos nestes encontros são tão importantes como os que são feitos em estruturas fixas. “São momentos ‘festivos’ que, de forma coletiva, estimulam a acessibilidade ao livro e à obra literária, tanto junto da população que já tem hábitos de leitura, como na captação de novos públicos”, disse.