Ir para conteúdo

Gentrificação de Lisboa deu origem a novo romance de Filipe Homem Fonseca

Gentrificação de Lisboa deu origem a novo romance de Filipe Homem Fonseca

O bairro da Graça, em Lisboa, serve de cenário e, de alguma forma, de personagem no novo romance de Filipe Homem Fonseca, “Imortal da Graça”, apresentado na Biblioteca Municipal da Lourinhã a 17 de maio.
O livro parte do princípio de que a idade é um posto e, por isso, as mulheres do bairro lutam entre si pelo título de mais velha. Numa altura de grandes mudanças na capital de Portugal, com uma grande pressão urbanística, a gentrificação é uma realidade cruel e só os mais idosos vão mantendo as suas casas, porque há leis que os protegem.


O romance conta a história de Graça, uma jovem com o mesmo nome do bairro onde habita, que é dama de companhia de uma senhora centenária e que só assim pode morar na Lisboa das rendas ridiculamente altas. Outro dos protagonistas é Gabriel, que ganhou o Euromilhões mas as obras de renovação do bairro formam um muro que o impede de sair e reclamar o prémio. Entre estas duas personagens surge uma história que leva a encontros e desencontros.


Para Filipe Homem Fonseca o grande tema do livro passa pela memória e pela forma como o facto do crescimento das cidades não tem de implicar uma perda de identidade. “É um livro sobre o crescimento e a mudança, e das coisas que podemos nos dar ao luxo de perder para conseguirmos crescer”, referiu, comentando que sente que existe “um desbaratar da memória”.
Sem ser contra o Turismo em Lisboa, o escritor defende que é importante manter a identidade da cidade porque pode ser que deixe de ser interessante para os próprios turistas visitarem a capital.