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Última conversa do “Livros a Oeste” para falar de histórias e heróis

Última conversa do “Livros a Oeste” para falar de histórias e heróis

Com o tema “Ao escrever, engano as recordações”, a última sessão de conversa da edição de 2019 do festival literário “Livros a Oeste”, que decorreu a 18 de maio no auditório do Centro Cultural Dr. Afonso Rodrigues Pereira, debruçou-se sobre histórias, heróis e livros, de Xanana Gusmão a Gulliver.
Raquel Patriarca, historiadora da escola da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e autora de livros para crianças, salientou que a ficção dá muitas lições e contém sempre conhecimentos do Passado. “A ‘Viagem de Gulliver’ tem pormenores deliciosos de coisas que são universais e intemporais”, comentou.
Patrícia Portela, escritora portuguesa e autora de diversos projetos artísticos transdisciplinares, comentou que escrever é entender o momento presente. “Seja o que for que escrevemos, é uma tomada de posição. Estamos a entender o ar dos nossos tempos”, defende.

O escritor Afonso Reis Cabral, vencedor do Prémio LeYa em 2014, publicou no final do ano passado o livro “Pão de Açúcar”, escrito a partir de da história verídica da morte da transexual Gisberta, no Porto, por grupo de 14 adolescentes, entre os 12 e os 16 anos.
“É um livro arrojado em diversos aspetos”, referiu João Morales, moderador desta conversa, questionando o autor sobre os riscos de escrever uma história ficcional a partir de factos verídicos. Afonso Reis Cabral contou que começou a escrever a história sem pensar nesses riscos. “O meu compromisso é com a literatura e em fazer uma ficção”, explicou. A sua intenção não foi a de reviver o passado, mas sim pensar no futuro.
Dias antes, o escritor (trineto de Eça Queiroz), tinha completado a sua viagem a pé pela Estrada Nacional 2, num percurso de 738km entre Chaves e Faro. O relato da viagem foi feito diariamente na sua página do Facebook

Diana Oliveira, vencedora pelo segundo ano consecutivo do concurso de contos “Prémios Livros a Oeste”, realizado no âmbito deste festival literário, foi a convidada especial desta sessão, tendo sido muito elogiada por todos os participantes e incentivada a continuar a escrever.
Depois de terem lido o seu conto vencedor (“As Portas de Amanhã”) os escritores participantes neste painel ficaram tão entusiasmados que pediram para que Diana Oliveira escrevesse um livro a partir daquela história.
O tema do concurso de 2019 era a pergunta “Como será o mundo em 2069?” e a resposta da escritora da Lourinhã foi este conto, com uma abordagem muito própria e que fala sobre a doença mental.