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João Tordo apresentou “Ensina-me a Voar Sobre os Telhados”

João Tordo apresentou “Ensina-me a Voar Sobre os Telhados”

A primeira apresentação de um livro na sétima edição do Festival Literário “Livros a Oeste” coube ao escritor João Tordo, que trouxe à Lourinhã o seu último romance, “Ensina-me a Voar Sobre os Telhados”.
A sessão, que teve lugar na Biblioteca Municipal da Lourinhã, ao final da tarde de 8 de maio, contou com a moderação de João Morales, que também leu alguns excertos da obra de João Tordo, dando um tom ainda mais pessoal a esta apresentação.

O escritor contou como a história deste livro começou, em parte, quando era criança e se apaixonou por uma empregada doméstica que trabalhava na casa dos seus pais. Essa mulher tornou-se, mais recentemente, numa das personagens principais do conto que escreveu por encomenda para uma agência imobiliária.

É partir daqui que surge o enredo de “Ensina-me a Voar Sobre os Telhados”, cujo um dos capítulos é o tal conto publicado anos antes. O nome do livro é uma alusão a um sonho recorrente que tinha durante a sua adolescência, em que saltava a voar, pelos telhados.

Esta obra, com 486 páginas, decorre em dois períodos distintos: no Japão, no princípio do século XX, e em Portugal, na atualidade. No final, as duas histórias acabam por se encontrar.

No Japão conta-se a história de um governador que castiga o seu filho, por ter cometido um crime hediondo, abandonando-o num ilhéu inóspito, de forma a honrar a família. Cem anos depois, em Portugal, o suicídio de um professor de Geografia no Colégio Camões motiva um encontro entre várias personagens. O narrador é um homem que está divorciado, com um filho surdo e alcoólico, que decide reunir os colegas para conseguirem conversar sobre a tragédia. “É um livro sobre a amizade entre duas personagens que estão muito distantes, mas que se identificam um com o outro”, disse.

Durante esta sessão, João Tordo fez ainda uma abordagem aos seus processos de escrita, que são sempre diferentes, mas com semelhanças. “As histórias é que se vão impondo”, contou. Revelou ainda que muito do material que utiliza nas suas narrativas surgem de experiências reais que viveu. “Vou guardando as coisas comigo antes de começar a escrever”, disse, perante uma audiência muito interessada.

Fotografias: Rita Chantre